Santa Maria emitiu 27 notificações de possíveis casos de leptospirose em 2024. Desse número, 13 casos foram confirmados e 14 descartados. As informações foram fornecidas pela Vigilância em Saúde de Santa Maria. Ainda conforme o orgão, a faixa etária predominante entre as pessoas que positivaram para a doença é de 40 a 49 anos. Contudo, a Vigilância em Saúde reforça que "a idade não é um fator preponderante para a doença".
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Testagem
As amostras de pessoas com casos suspeitos e que tiveram exposição às enchentes são analisadas pelo Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen), que é vinculado ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Atualmente, o Estado trabalha com dois tipos de diagnóstico: o de biologia molecular (RT-PCR) e o diagnóstico sorológico.
Conforme a Vigilância em Saúde, "o Lacen, em Porto Alegre, está com atividades limitadas em função das enchentes", o que pode tornar o processo de confirmação mais demorado do que o normal. Considerando isso, "os médicos são recomendados a tratar a doença pelo exame clínico, conforme avaliação dos sintomas, independentemente do exame laboratorial".
O que é leptospirose?
É uma doença infecciosa febril aguda. O contágio pode ocorrer a partir da pele com lesões ou mesmo em pele íntegra se imersa por longos períodos em água contaminada com urina de animais, principalmente de ratos. O período de início dos sintomas pode variar de um a 30 dias.
Conforme o Ministério da Saúde, “a leptospirose apresenta elevada incidência em determinadas áreas, além do risco de letalidade que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados”. A pasta reitera que “inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos”.
Portanto, ao apresentar sintomas, procure um atendimento médico. Os principais sinais são:
- Febre
- Dor de cabeça
- Fraqueza
- Dores no corpo (em especial, na panturrilha)
- Calafrios
Durante a consulta, é recomendado informar o profissional também sobre o contato com água das enchentes.
Cuidados
O Cevs lançou um guia de riscos e cuidados com a saúde em enchentes. O material também conta com orientações para prevenir a leptospirose. Veja:
- Cubra os cortes ou arranhões com bandagens à prova d’água
- Não ande descalço
- Use luvas e sapatos impermeáveis. Se não for possível, use saco plástico duplo;
- Evite o contato direto da pele com a lama, principalmente se estiver machucados
- Evite nadar, tomar banho ou ingerir água que possa estar contaminada com água de enchente
- Após o contato com a lama ou água das enchentes, lave bem as mãos e outras partes do corpo expostas com água limpa e sabão para evitar infecções e doenças
- Caso apresente sintomas, procure atendimento médico. É importante informar se teve contato ou não com água ou lama durante as enchentes
Qual é a situação da leptospirose no RS?
Casos
- Notificados – 3881
- Confirmados – 242
- Descartados – 723
- Em investigação – 2916
Óbitos
- Confirmados – 16*
- Em investigação – 4
- Descartados – 6
*1 óbito não relacionado ao contexto das enchentes
Dados atualizados até 7 de junho
Fonte: Cevs/SES, Sistema GAL e Vigilância Municipal de Porto Alegre